segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Eu tenho tanto pra falar... mas com palavras não sei dizer...

Queria tanto voltar aqui... mas não to conseguindo. Trabalho, família, grana... Tá tudo muito foda.

Vou voltando aos poucos, com pelo menos alguma frase por vez, só pra não me desabituar. Eu preciso dessa terapia.

Um abraço a todos

E nunca parem o tratamento.

sábado, 4 de setembro de 2010

Por favor assistam.

Primeiramente gostaria de pedir desculpas a todos pelo desvio de assunto aqui do blog, não tenho e nunca tive qualquer tipo de motivaçao política por aqui, mas infelizmente acho que o momento é de reflexão para o nosso futuro e independente de sua crença, ideologia ou religião assista o vídeo e reflita bastante sobre o assunto, caso se identifique com alguma das situaçoes apresentadas, pense nas outras que virao junto e se valerá a pena lutar pela sua em detrimento de outras.

Não sou católico e nem evangélico, mas acredito muito em Deus e penso que o momento é de uniao entre todas as crenças, seja ela a verdadeira ou a charlatã. Estamos vivendo um período de grandes provações, mudanças e oportunidades de melhorarmos. Infelizmente ainda há pessoas que parecem se satisfazerem com o "caos" mas ainda há tempo de darmos um basta.

Talvez você já tenha assistido este vídeo, mas achei que o mínimo que eu poderia fazer era divulgar o máximo que puder pra que se atinja o máximo de pessoas possíveis. É forte, é pesado e você poderá ficar chocado/a, mas pode ser o alerta que precisamos.

Talvez esse vídeo seja a nossa última chance de mudar algo por aqui.

Divulguem por mail, orkut, facebook, telegrama, qualquer coisa, mas nao deixem isso parado.



Um abraço a todos, e nunca parem o tratamento.

TB.

Tá fora de moda ser honesto??


Olha só que coisa, hoje estava na minha caminhada quando me deparo com um aparelho de telefone celular no chão. Um aparelho não, O APARELHO, um Iphone. Me abaixei, e peguei e comecei a fuçar. Demorei uns dez minutos pra conseguir desbloquear e achar a agenda. Liguei pro contato “Casa” e falei com o dono, contei que havia achado o aparelho em tal lugar, que estava tentando localizar o dono e tal, quando ele me interrompeu: “Quanto você quer?” Nessa hora juro que tive vontade de finalizar a ligação e jogar o aparelho embaixo do primeiro ônibus que passasse. Respondi que nada e falei onde eu estava, que caso ele estivesse por perto levaria até ele. Achou melhor não e até entendi, afinal ele não poderia saber se minha intenção era boa mesmo, disse que morava ali por perto e que iria até o meu encontro. Passou uns 10 minutos e ele apareceu de carro com a namorada. “ E você que ta com o meu celular?” Aquela vontade voltou de novo só que ao inves do onibus o alvo era a cara dele,  mas me controlei. Respondi que sim e perguntei seu nome e pedi que me falasse alguma coisa que estivesse gravado no celular pra ter certeza que estava devolvendo pro verdadeiro dono, não gostou muito mas falou algumas marcas que eu confirmei. Entreguei o aparelho a ele e pra minha surpresa recebi um parabéns ao invés de obrigado, perguntei por que e a moça me disse que ninguém que ela conhece faria isso, inclusive ela. Perguntei que, se ao invés de eu ter achado fosse ela, se teria devolvido ao namorado, ela falou que sim, pois era do namorado e não estava certo fazer isso. E se fosse meu? , perguntei.


Pasmem com a resposta, “Ah, nesse caso eu não ia te conhecer né?? Aí fica difícil...”

Eita mundo bom de acabar...


Um abraço, e nunca parem o tratamento.

TB

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lágrimas

O que é, O que é

Clara e salgada, cabe em um olho, mas pesa uma tonelada,
Tem sabor de mar, pode ser discreta,
Inquilina da dor, morada predileta.
Na calada da noite ela vem, refém da vingança,
Irmã do desespero rival da esperança.
Pode ser causada por vermes e mundanas,
Ou o espinho da flor cruel que você ama.
Amante do drama, vem pra minha cama por querer,
Sem me perguntar me fez sofrer.
E eu que me julguei forte, eu que me senti,
Serei um fraco quando outras delas vir.
Se o barato é louco e o processo é lento,
No momento, me deixa caminhar contra o vento.
De que adianta eu ser durão, e o coração ser vulnerável,
O vento não, ele é suave mas frio e implacável.
Borrou a letra triste do poeta,
Correu no rosto pardo do profeta.
A lágrima de um homem vai cair,
Dizem que homem não chora?
Jesus chorou.

Racionais Mc's

Um abraço a todos e nunca parem o tratamento.

TB

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Medicamento Gratuíto


Bom, chega de nhé nhé nhé e vamos ao prometido. Medicamento gratuito

O elenco do Programa de Aquisição de Medicamentos Essenciais para a área de Saúde Mental, é composto por medicamentos que atuam no Sistema Nervoso Central (Grupo Terapêutico), e que fazem parte da RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais). Outros medicamentos, relacionados à Saúde Mental, poderão ser ofertados dependendo da pactuação entre Estados e Municípios.

Pelo menos aqui na minha cidade, foi muito simples de conseguir, mas como cada órgão tem suas exigências, essas dicas abaixo podem mudar de um lugar para o outro, mas em suma o procedimento é basicamente o mesmo.

Passo a passo:

1 - Descobrir se sua cidade é atendida pelo SUS com esse serviço (Farmácia de alto custo ou de medicamentos exepcionais), caso não seja procure a mais próxima da sua e analise se compensa a viagem. Achei esse link em um blog e achei muito interessante, com certeza vai ajudar. Caso não encontre, utilize o serviço do disque saúde 0800 61 1997.

2 – Feito isso, Vá até o local e consulte se o medicamento que você toma está disponível nesse serviço (pergunte antes ao seu médico, principalmente se for do SUS, na maioria das vezes eles tem o conhecimento dessa disponibilidade), e também se pode ser solicitado por médico particular. No meu caso somente é liberado para solicitações de médicos do SUS, e ele mesmo tinha a informação do medicamento liberado.

3 – Caso seu quadro se encaixe nessas condições, será disponibilizado um formulário que deverá ser preenchido pelo médico e paciente. Nessa hora tire todas as suas dúvidas sobre a documentação pessoal (cópia e originais), do médico (carimbos e assinaturas) e principalmente sobre o remédio solicitado (validade das receitas e como deverá constar na mesma, no meu caso só é aceito com o nome do princípio ativo e não comercial). Só serão aceitos processos com a documentação completa e você poderá perder uma viagem.
Obs. Em alguns municípios, o formulário só será fornecido se tiver um prévio encaminhamento pelo médico do SUS, portanto economizará uma viagem se já conversar com seu médico antes e adiantar esse passo.

4 – Com tudo em mãos, formulário preenchido pelo médico e paciente, retorne ao posto de atendimento com toda a documentação solicitada, normalmente CPF, RG, Comprovante de Residência, Receita médica e principalmente o CARTAO DO SUS, caso não tenha e more em são Paulo na casa do cidadão sai na hora, em outros estados consulte onde conseguir, talvez no próprio posto de atendimento.

5 – Nesse passo, sua documentação será enviada para aprovação e será marcada uma data pra resposta, normalmente de uma a duas semanas.

6 – Na data marcada você já saberá o dia que sua medicação estará disponível para retirada. Essa autorização terá validade de três meses, e deverá ser renovada nesse período.

7 – Pronto, agora é só retirar na data marcada e no próprio guichê já marcar a do mês seguinte. Quando pegar a segunda remessa, já solicite o papel da renovação (não, não é complicado igual ao primeiro, pode relaxar que é só um papel pro médico assinar e preencher algumas coisas bem simples), na terceira já renova e assim não fica sem os remédios.
Obs. Não esquecer das receitas quando for retirar e as datas, normalmente não pode ter mais do que 30 dias.

Não se assustem se parecer difícil, não é, tudo depende da primeira informação que você tiver na primeira vez que for ao posto de serviço, tire todas as dúvidas nesse momento e o restante ficará bem fácil de resolver. No meu caso estou deixando de pagar R$ 120,00 por mês. Compensa a correria. O primeiro processo da um pouco de trabalho sim, mas depois é tudo muito fácil, compensa pela economia.

Uma dica muito importante é procurar um CAPS na sua cidade ou região, lá eles já fazem metade do caminho pra você. Já tem um post sobre esse serviço no blog: Clique aqui.

Desculpem a demora por esse post, mas espero ter ajudado. Caso alguém tenha alguma informação adicional, por favor compartilhe aqui nos comentários, pode ser útil pra quem for consultar posteriormente.

Um abraço a todos, e nunca parem o tratamento.

TB

Quebra-Cabeça da vida


Hoje me peguei pensando o que me fazia ter tantas perguntas sobre tudo. Dei milhares de voltas em teorias inventadas, suposições guiadas pelos meus anseios, respostas contaminadas pela vontade de estar certo, até que em certo momento parece que tive a melhor explicação pra tudo isso. Imaginem um grande quebra-cabeça, onde somente uma peça pode ser encaixada por vez, e isto feito, seu encaixe tem um tempo de validade até que você consiga completar todo o jogo. Então, agora imagine que se tem 100 peças pra encaixar e você só consegue 10 simultaneamente, assim que encontra a 11ª, a mais antiga some e volta ao monte. Sei que parece complicado, mas é bem isso que acontece.

Diante de tudo isso, pude notar que tinha duas notícias, como sempre uma boa e outra nem tanto. A boa é que comecei a recordar de tudo que passei, e percebi que o número de peças que consigo manter encaixadas ao mesmo tempo foi subindo com o decorrer dos anos, e sendo assim, tenho chances de montar meu quebra-cabeça da vida. A má, é que não sei se essa minha evolução será suficiente pra que consiga terminar, sinto que a ampulheta está alargando sua passagem conforme o tempo passa, e meu maior medo é que isso fique incompleto.

Talvez nem eu saiba o que quero saber, pode até ser um tipo de vício querer a todo momento,saber como tudo acontece comigo, com os outros e com o mundo. Talvez essa peça mais antiga não desapareça, e sim que o desafio tem mais peças do que imaginei no começo. A única certeza que tenho é que cada dia me conheço mais e ao mesmo tempo me desconheço, simplificando, me descubro uma pessoa totalmente diferente do que sempre me enxerguei, e fico na dúvida se sempre maquiei o que era ou se estou mudando realmente. Dúvidas, como sempre habitando minha mente. Minha metade louca está se sobrepondo no momento...

Nem sei se alguém vai entender isso que escrevi, o que sei é que depois que sintetizei esse pensamento muita coisa ficou mais clara pra mim. Qualquer dia desses explico melhor sobre o que minha mente fica questionando, na verdade, como disse antes, nem eu sei o que quero saber.
Eu juro que posto sobre a medicação gratuita, mas amanha, porque agora tenho mais uma peça pra encaixar.

Um abraço a todos e nunca parem o tratamento.

TB

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Chá de sumiço

Nossa... eu sumo demais né??? To de volta e amanhã post sobre medicamento gratuito.

Abraço a todos e nunca parem o tratamento.

TB

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Minha impressao sobre a terapia em grupo.


Bom dia!!

Bom, vou falar da terapia em grupo oferecida pelo CAPS. Antes gostaria de deixar claro que a opinião por mim aqui expressada, refere-se única e exclusivamente ao CAPS que fui, e também que estou falando por mim, outras pessoas podem ter visões diferentes e melhores resultados.

Na semana seguinte aquela que fiquei esperando, meu estado de ansiedade era bem menor, no final das contas o que aconteceu aquele dia me fez bem, pude refletir sobre muitas coisas durante o tempinho que fiquei esperando. Cheguei lá mais cedo também e comecei a conversar com algumas pessoas que também aguardavam, acabei descobrindo que elas faziam parte do grupo também. A Dra. nos chamou no horário correto e fomos todos pra sala, eu e mais 3 senhoras que tinham entre 45 e 55 anos.

Quando iniciamos, percebi que fazia uma idéia totalmente diferente do que é uma terapia em grupo, achei que todos se apresentassem, falassem sobre seu distúrbio de maneira resumida e que principalmente todos tivessem o mesmo problema ou ao menos parecido, feito isso, discutiríamos sobre o tema com a mediação da psicóloga. Todos a postos, a Dra. me apresentou e disse que estava começando naquele dia e só... só mesmo, mas como sou leigo e nunca fiz esse tipo de terapia, não sei se esse é o rito padrão da terapia em grupo, mas se for acho que os psicólogos poderiam começar a repensar sobre essa estratégia.

Nada contra nenhuma das três senhoras e muito menos , a psicóloga, mas a conversa tomou um rumo tão distante do propósito inicial, que o meu interesse sobre a conversa era mínimo, falou-se de tudo, menos sobre qualquer tipo de problema mental. Das três senhoras que ali estavam, eram duas esquizofrênicas e a outra até agora não consegui identificar o que ela tinha, mas pelo que me parece é uma pessoa com depressão.

As duas com esquizofrenia, pouco falaram, e acho que pela medicação que estão tomando, estavam bem “distantes”, quando chamadas a conversa não conseguiam falar sobre o que tinha sido discutido, e pelo pouco que vi, logo desistem da terapia pois estão com pessoas muito “diferentes”. Vejam bem, não estou questionando a capacidade intelectual delas, apenas acho que assim como elas não conseguiam acompanhar a conversa, eu também não conseguia acompanhar a delas, o que gera um desestimulo em todos.

Na hora cheguei a pensar que parecia um sala com pessoas falando cada um uma língua diferente, o que à longo prazo, com certeza o resultado será muito bom e todos vão desenvolver outros idiomas, mas temos que pensar na seguinte hipótese: Foi isso que essas pessoas foram buscar? Você se inscreve em um curso de pintura, chega pra primeira aula e encontra o melhor professor de violão do mundo. Vai ser bom aprender violão? Sim. Foi isso que procurou? Então... é disso que estou falando, não questiono a competência da profissional e tampouco julgo o que cada um dos outros participantes fora buscar lá, mas pra mim não serviu.

Enfim, não fui mais, preciso e muuuuito de terapia, mas com a minha psicóloga mesmo. Ela já me conhece, conhece o que tenho, e confio demais nela. Mas tava sem grana pra continuar, e pior, estou devendo pra ela as últimas consultas. Nesse meio tempo finalmente saiu o dinheiro que estava esperando (outra hora conto essa estória), estou resolvendo meus problemas financeiros e já vou voltar a trabalhar. Dessa maneira consigo voltar a terapia e continuar minha luta em busca da estabilidade.

Um abraço a todos e jamais arrêter le traitement. Hoje em Frances com biquinho e tudo...

TB

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Eu mereci...


Então... To de volta. Antes de ser diagnosticado, não conseguia entender como era possível estar tão pra baixo, com vontade de se isolar do mundo em uma semana e na outra querendo resolver todos os problemas, com uma energia fora do comum e falando mais do que a boca. Pois é, estou assim essa semana, parecendo um leão na jaula desesperado pra sair...


Bom, mas vamos lá as novidades. Fiquei devendo um post sobre a terapia em grupo. No primeiro dia, me preparei psicologicamente no domingo, quase não dormi direito, fiquei super ansioso, estava morrendo de medo dessa novidade conforme postei anteriormente. Bom, na segunda acordei mais cedo do que o normal, resolvi ir a pé pro CAPS pra ver se passava um pouco o nervosismo, cheguei lá 30 minutos antes do horário, sentei e esperei. Passados os 15 minutos a ansiedade começou a voltar, estava chegando a hora.

Entrava e saia gente daquele lugar, todos os tipos de transtornos estavam ali e minha mente hiper fértil já me colocava no meio daquelas pessoas contando meus medos e sendo julgado por todos (eu sei que é bobagem mas na hora não penso assim). Quando alguns iam embora ficava aliviado por ter pouca gente e rezava pra que todos os outros também fossem. Reparei em tudo, características, atitudes, aparência, enfim, tudo o que eu não queria que fizessem comigo, fiz com todos, talvez seja algum tipo de defesa sei lá.

Minha consulta era 08h30min, viajei tanto que nem reparei no tempo. Meu corpo estava sentado ali na sala de espera, mas minha cabeça estava a uns 1500 quilômetros até que uma das recepcionistas me chamou e perguntou se eu estava esperando por alguém. Pensei: “Como assim esperando por alguém?” Respondi que tinha uma consulta as 08h30min com a Dra. Carina... Ela me interrompeu: “Mas hoje a Dra. não vem, não te avisaram? Porque você não se identificou na hora que chegou? Como você está aqui há bastante tempo resolvi perguntar.”

Olhei para o relógio, senti um misto de raiva, decepção e alívio. Eram simplesmente 10h30min da manha, faziam mais de duas horas que eu estava ali, viajando na maionese, sofrendo e me preparando por algo que nem ia acontecer. De verdade não consigo explicar o que senti, nem mesmo dizer se era bom ou ruim. Manja um choque que ao mesmo tempo em que dói, também faz cócegas??? Foi assim. Isso sem falar que eu vi no olhar da moça um sorrisinho disfarçado (é óbvio que não, mas eu achei que sim). Despedi-me e fui embora.

Depois fiquei sabendo o que aconteceu, a Dra. ganhou em um concurso uma viagem, que era naquela segunda, avisou a todos os pacientes, mas como eu não tinha ficha ainda por ser a primeira consulta, dancei...

Agora até acho engraçado, mas na hora.... nem falo o tanto que me revoltei...kkkkkk.

Bom, agora vou escrever um outro post sobre a consulta da semana seguinte. Se der tempo posto hoje, senão amanha ta aqui.



Um abraço a todos, Never stop treatment! Viva o Google tradutor!!! Kkkkkk



TB

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Desculpas.


Meus amigos virtuais, nem sei como falar mas gostaria de pedir desculpas a todos pela ausência. Devia ter vindo aqui pelo menos desabafar, mas sofri uma espécie de depre virtual, nao consegui nem chegar perto do computador, não tinha a menor vontade. Mas de qualquer maneira me desculpem, volto com as postagens amanhã mesmo... Ah, sobre a terapia em grupo, não fui mais, fui só um dia mas não gostei. Amanhã posto o porque.

Um abraço a todos, e nunca parem o tratamento.

TB

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O ESPÍRITO DA LEI Nº 10.216/01


Texto elaborado e gentilmente cedido pelo Advogado André Hollanda
http://jusadvogado.blogspot.com/

Cuidado. Como substantivo, adjetivo ou interjeição é zelo dos preocupados, esmero, precaução, advertência para o perigo, vigilância, dedicação, encargo, lida, proteção. Atenção, tomar conta, acolher. Cuidado é o princípio que norteia essa lei. Evoluir a clínica, fazer do intratável o tratável. É essencial o apoio social e familiar que influencie comportamentos, mude hábitos, confronte preconceitos, classificações, nosologia, catálogos de interdições. Dedicada a cidadãos enfermos vistos como sem vontade, liberdade, autonomia porque foram colhidos pelo “mal de viver”. Não é a doença mental que a lei questiona, mas a maneira de tratá-la.

A sociedade cria e recria normas para definir o que rejeita e consagra. Faz-se progressista na área da saúde por atitudes, mais do que por atos. Assim, inscrever o doente mental na história da saúde pública, aumentando sua aceitação social, diminuindo o estigma da periculosidade e incapacidade civil absoluta, contribui para elevar o padrão de civilidade da vida quotidiana. A doença mental não é contagiosa, dispensa isolamento. Não pode ser compreendida como estritamente orgânica apaziguada só pela quimioterapia e os remédios. Claro, é o avanço da medicina e da farmacologia que permite a reinserção social, convivência, restituindo o indivíduo, sua alma e desejos, ao mundo dos vivos. A medicina não deve ser carceral para não ampliar a solidão moral do paciente como se sua doença criasse para ele um mundo do não direito.

Acolhimento, tratamento precoce melhoram a evolução e a direção da doença. Agir antes do surto para não ferir, ferir-se, quebrar. Sintomas físicos, queixas, mal-estar, sempre foram indícios de várias enfermidades. Melhorar a escuta geral dos sintomas aparentemente sem importância – dores de cabeça, tremores, dores abdominais, cansaço extremo, falta de ar, agravado pelo embrulho e o ruído da adolescência: álcool, droga, conflito de gerações, esquisitices, vazio existencial, impa­ciência com o diferente.

Saúde não é ausência de doenças. É um estado geral de bem-estar físico, psíquico e social, como bem define a Organização Mundial da Saúde. A doença não é um fracasso. É um evento na vida da pessoa que não cria para ela um estatuto de exilado em relação ao que é ou está normal. É um processo que exige observação tolerante, preservação de direitos. A internação é uma parte do tratamento, mas não seu sinônimo, e o conceito de leito, neste caso, não se harmoniza com a terapia adequada. A medicina da mente e suas galáxias têm que se abrir a uma certa imprecisão e passar a duvidar que cada comportamento corresponda a um medicamento. Há muita depressão na sociedade impaciente com os seus doentes.

A sofisticação do diagnóstico é que relativiza a classificação da doença, eis o paradoxo atual. É preciso modéstia diante do sofrimento. Não é porque não sabe, mas porque sabe que a psiquiatria, psicanálise, psicologia e psicoterapia modernas, baseadas em valores humanos, psicopatologia da experiência, fundam a reforma psiquiátrica. A internação como privação da liberdade, monoterapia, só prevalece em serviços despreparados.

O doente mental é também beneficiário do ambiente jurídico oriundo da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, como qualquer outro paciente. Seu tratamento não é um ato cirúrgico desde que foi abolida a lobotomia. Só a avaliação permanente do tratamento livra a psiquiatria da ideologia. Não há sucesso médico-terapêutico sem afeto, cultura, história da doença, escuta do sofrimento, subjetividade.

Como bem sabia e praticava Dra. Nise da Silveira, precursora da lei.

Se eu soubesse de alguma coisa útil à minha nação que fosse danosa a uma outra, eu não a proporia, porque sou homem antes de ser nacional ou, ainda, porque sou necessariamente homem, não sendo nacional senão por acaso.

Se soubesse de alguma coisa que me fosse útil e prejudicial à minha família, meu espírito a rejeitaria.

Se soubesse que alguma coisa que fosse útil à minha família e que não o fosse à minha pátria, buscaria esquecê-la.

Se soubesse de alguma coisa que fosse útil à minha pátria e que fosse prejudicial ao meu continente ou que fosse útil ao meu continente e prejudicial ao gênero humano, eu a veria como um crime.

É de Montesquieu o espírito da lei.

Fonte: Revista Jurídica Consulex nº 320

Um abraço
Nunca parem o tratamento
TBH

quarta-feira, 7 de julho de 2010

E agora José?

Hoje me peguei pensando que meu problema financeiro está perto do fim, ta chegando a hora de recomeçar, voltar a vida normal, trabalhar, prover sustento à família, essas coisas... Pensei tudo isso, e a primeira coisa que veio a minha cabeça foi: e agora??? Fiquei meio sem chão. Não sei se é pelo fato de acabarem os problemas e eu perder essa minha condição de coitado ou por que estou com medo do que vem pela frente. Energia eu estou com sobras, to parecendo um leão na jaula que quando puder vai sair devorando tudo, mas tenho receio quanto ao futuro. E se tudo novamente não sair como planejei? E se me frustrar novamente? Crises a vista?? Não devia pensar assim mas realmente estou com medo de sair pro mundo real novamente. Estou com medo das minhas cobranças, estou com medo dos meus medos... Só resta esperar pra ver o que vai acontecer. Torço por mim, pelos meus e pelos seus.


Todos os dias um novo recomeço.



Um abraço a todos

Nunca parem o tratamento.

TB

terça-feira, 6 de julho de 2010

Verdades


O que é a verdade absoluta? A minha, a sua ou a de cada um? Muitas pessoas insistem na sua verdade como se fosse a única, sem pensar que a verdade alheia também é válida, também tem fundamentos e foi elaborada assim como a sua, de acordo com seus valores e ensinamentos ao decorrer da vida. Sendo assim, podemos concluir que não existe verdade absoluta, ninguém é dono dela.


Porque então tem pessoas que insistem em impor suas verdades, empurrar goela abaixo todas as suas crenças e convicções?? Se eu pudesse lançaria uma campanha do tipo: Verdade e convicções são que nem Bunda, cada um tem a sua, pense nisso antes de julgar as opiniões alheias. Queria fazer algumas faixas enormes e colocar bem na vista de algumas pessoas. Será que estou pedindo muito?????



Um abraço a todos

Nunca parem o tratamento.

TB

Terapia em Grupo... Que medo!!


Hoje fui na primeira consulta com a psicóloga do CAPS, falei mais do que a boca como sempre, mas isso é bom pois desabafo. Fiquei uma hora falando sem parar. A primeira impressão que tive foi boa, mas ela me indicou uma terapia que na verdade estou com medo, em grupo. Eu sou muito travado, só consigo desabafar com os psicólogos ou com o psiquiatra. Até aqui no blog, só consigo devido ao anonimato. Mas por isso mesmo vai ser bom esse exercício. Vou fazer em um grupo que tem pessoas com os mais diversos tipos de transtornos, de esquizofrenia a bipolar. Bom segunda que vem conto como foi.


Um abraço a todos

Nunca parem o tratamento.

TB

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Amigos???? 2



Como dizem por aí, Nada é tão bom que não possa melhorar, mas no meu caso nada é tão ruim que não possa piorar. Acho que meu anjo da guarda andou mexendo os pauzinhos dele e fez com que agora a pouco um desses meus amigos me ligasse, eu sei que a intenção foi boa, mas o resultado péssimo. Todos os dias, estou fazendo caminhadas no inicio da noite, vira e mexe eu faço o caminho da casa desse meu amigo na esperança que ele me veja na rua e me chame pra conversar. Pois é, hoje ele me viu e ligou. Perguntou como estava e todas aquelas formalidades de sempre. Falou que tinha me visto na avenida e queria confirmar se era eu mesmo e tal. Falou que tinha mandado meu currículo pra um amigo dele, que estava na correria e que não tinha dado tempo de passar em casa, pediu mil desculpas, diz que não era pra eu ficar chateado, etc. Contei que sempre caminhava por ali e ele me perguntou porque nunca parei La na casa dele. Não agüentei e falei, “Eu te convidei pra ir na minha casa ou pra conversar 3 vezes, você marcou comigo e no apareceu nenhuma das vezes, como acha que teria coragem de ir na sua casa? To Fud%&#, mas ainda tenho um pouco de dignidade”. Até acho que ele não escutou, pois tinha um monte de cachorro latindo mas mesmo assim logo depois já pedi desculpas e me arrependi do que tinha falado, ele não tem a obrigação de ser meu amigo, de conversar comigo, de me dar o ombro quando estou precisando. Só vai ser se quiser, e eu tenho que aprender a não esperar de volta o que ofereço aos outros, “dê e pronto, faça a sua parte”. Perguntei a ele então se estava em casa e ele me disse que não, ia passar não sei onde e depois voltaria, mas nem tocou no assunto de eu passar lá. Ele ficou super chateado com o que aconteceu, não comigo, mas com ele mesmo. Agora com certeza amanhã ele me ligue, venha aqui, outros liguem também a pedido dele, mas não precisava ser assim, por mais que não queira pensar dessa forma, vai parecer que fizeram por dor na consciência. Enfim, to pior do que tava esses dias, de volta a deprê.







Aaaaaahhhhhh que M...






Um abraço a todos






Nunca parem o tratamento.






TB

sábado, 3 de julho de 2010

Amigos???




Hoje vendo fotos no Orkut me senti muito mal. Que saudades dos meus amigos, todos confraternizando e eu sequer fico sabendo, quanto menos ser convidado. Talvez realmente eu até tenha feito, em algum momento de crise, algo que pudesse os afastar, mas não ao ponto de simplesmente se isolarem de mim. Mesmo porque, todos eles em algum momento da vida, tiveram seus problemas e eu sempre estive lá, junto. Muitos me trataram mal, mas mesmo assim estive ao lado deles. Um deles inclusive, semana passada liguei e pedi que passase aqui em casa pra conversar, marcou comigo e não apareceu, não ligou, não mandou email, nada. O pior que os dois que eu mais ajudei, um até financeiramente, e o outro abri mao de uma oportunidade profissional pra que ele fosse promovido, simplesmente fingem que não existo.

Pra minha surpresa, hoje, depois de ver as fotos e bater essa nostalgia,  tive mais uma paulada, talvez tenha entendido errado, mas nas entrelinhas está nítido o cinismo. Eu, um outro amigo e esses dois que mencionei, mantemos um contato, raro mas mantemos, por email sempre com o assunto futebol. Eis que hoje recebi um desses emails no meio do texto, totalmente sem nexo com o que se estava escrevendo, uma frase que claramente tripudia sobre a minha atual situação financeira e psicológica, logo ele que quando estava a beira de jogar tudo pro auto me sacrifiquei por ele. Mas até não me surpreende pois anteriormente já havia demonstrado que gratidão não era seu forte...


Bom, estou precisando de companhia, precisando de um amigo, precisando dar a volta por cima e, sozinho fica mais difícil. Mas apesar de tudo e todos, ainda sou mais eu, sei que tudo isso será superado e em muito breve voltarei a minha vida normal.





Um abraço,




Nunca parem o tratamento.







TB

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Não deveria ser assim


É incrível a capacidade que algumas pessoas tem de nos magoar, seja com pequenos atos ou seja com omissões, estão sempre nos cutucando de alguma forma. Tem coisas que eu odeio que são notórias ao mundo todo, mesmo assim é feito. Tem outras que todos sabem que eu espero e gosto, alguém faz???
E assim caminha a humanidade...


Nunca parem o tratamento

TB

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Terapia Ocupacional

Vou postar aqui, mais uma de minhas terapias, a marchetaria. Adoro fazer esse tipo de artesanato. Relaxa o corpo e a mente.
Qualquer dia posto um vídeo ensinando como fazer. Segue alguns trabalhos, assim que fotografar outras peças posto novamente.




Caixa Livro



Caixa Floral - Presente para minha psicóloga, Rose



Caixa estrela - Aqui guardo meus remédios



Espero que tenham gostado.

Um abraço,

Nunca parem o tratamento.


TB

Caps

Hoje fui em minha primeira consulta psiquiatra no Caps aqui da minha cidade. Ainda não posso dizer se é bom ou ruim, a primeira conversa com o psiquiatra nem sempre revela alguma coisa. Como já fui com o diagnóstico pronto (do meu psquiatra particular), ficou tudo igual antes. Estou estabilizado com os medicamentos, ela apenas manteve a dosagem e os remédios. Por enquanto posso comentar de uma coisa muito boa: consegui uma maneira de obter os remédios gratuitamente, ou pelo menos uma parte deles. A Dra. me encaminhou à farmácia de auto custo, onde vou conseguir o Lamitor que gasto uns R$ 70,00 por mês. Outra coisa que também pode ser positiva, é que fui encaminhado ao tratamento com psicólogo, tambem gratuito pelo caps. Só vou poder falar se foi bom apos a consulta, mas conto pra voces aqui depois.

Quem tem Caps na sua cidade, ou próximo, aconselho que vá e faça uma triagem (de preferencia em um dia que esteja numa deprê brava), pois se conseguir uma vaga para o tratamento, no mínimo dá pra tirar os remédios gratuitamente, o que já é uma grande vantagem. Mas pelo que ví, a unidade que fui é muito séria e comprometida com os pacientes, não acredito que tenha só os remédios como benefício.

Procure o Caps mais perto de você: http://www.ccs.saude.gov.br/saudemental/capsacre.php

Hoje tem programa ao vivo com o Will, do blog Bipolar Brasil.
19:30 - Assistam e sigam que vale muito a pena, inclusive essa dica do Caps peguei lá no Blog.
http://bipolarbrasil.blogspot.com/


Um abraço a todos.

Nunca parem o tratamento!

TB

Amigos

Cadê todo mundo? Cadê meus amigos? Onde estão quando preciso? Gostaria que eles estivessem no mesmo lugar que estive quando precisaram de apoio. Estou aprendendo a não me doar tanto aos outros, estou aprendendo que nem todos tem a mesma preocupação que eu, preciso aprender a aceitar essas coisas e dar mais valor ao que sou, fiz e tenho capacidade de fazer. Porque meu coração tem que ser tão grande? Porque me aproximo de pessoas com o coração tão pequeno? Ou será que o coração delas é normal e o meu fora de padrão? De qualquer maneira, gostaria de encontrar outras pessoas com a mesma disposição de ajudar os amigos como eu tenho, também preciso de ajuda, também tenho problemas, muitos por sinal.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Prontofalei

Amanhã vou acordar, e já sei que muitos problemas me esperam. Os de sempre é claro, financeiros.

Cada dia parece que as coisas vão encaixar novamente, mas por alguma razão, sei lá qual a sua origem, sempre tem uma ziquinha pra azedar o moio. Depois que comecei a tomar os remédios, consegui me relacionar melhor com a doença, consigo ver também a “parte boa” de ser portador dela. Na verdade, fico imaginando alguma parte boa né?? To conseguindo ver o copo quase cheio de novo. Já gosto mais de mim, gostaria de escrever uma musica, um poema, uma frase que seja... mas uma coisa bem “profunda”... sei lá, parece que todos os bipolares tem seu lado poético-melodramatico-cazuza-renatorusso, pq eu também não posso ter??? eu tenho esse direito.

Estive onde durante todo esse tempo? O que fiz? O que farei daqui por diante?
Aprendo a viver novamente ou vivo como antigamente?
Faço o que tiver vontade ou sigo meu censurado bom-senso?
Os outros não me entendem ou eu não entendo os outros?
Sou incompreendido ou incompreensível?

Sem perceber hoje penso nas qualidades antes dos defeitos, nas virtudes antes das criticas, em mim antes dos outros.

Quero

Quero viver, viver ao meu lado, e depois dos outros
Quero sentir, sentir minha presença, e depois a dos outros
Quero amar, me amar, e depois aos outros

Preciso de mim, preciso de mim
Preciso que tudo volte ao normal
Preciso de serenidade nesses momentos
Preciso entender que não entendo como os outros entendem.
Preciso saber que os outros não sabem o que eu sei

Tenho que não esperar dos outros o que acho que esperam de mim
Tenho que fazer menos do que acho que querem que eu faça

Quero minha vida de volta,
Quero meus neurônios de volta,
Quero minha felicidade de volta

Tenho um milhão de perguntas e quase nenhuma resposta
Tenho milhares de idéias por segundo, mas nenhuma completa
Tenho sono e não posso dormir.