quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lágrimas

O que é, O que é

Clara e salgada, cabe em um olho, mas pesa uma tonelada,
Tem sabor de mar, pode ser discreta,
Inquilina da dor, morada predileta.
Na calada da noite ela vem, refém da vingança,
Irmã do desespero rival da esperança.
Pode ser causada por vermes e mundanas,
Ou o espinho da flor cruel que você ama.
Amante do drama, vem pra minha cama por querer,
Sem me perguntar me fez sofrer.
E eu que me julguei forte, eu que me senti,
Serei um fraco quando outras delas vir.
Se o barato é louco e o processo é lento,
No momento, me deixa caminhar contra o vento.
De que adianta eu ser durão, e o coração ser vulnerável,
O vento não, ele é suave mas frio e implacável.
Borrou a letra triste do poeta,
Correu no rosto pardo do profeta.
A lágrima de um homem vai cair,
Dizem que homem não chora?
Jesus chorou.

Racionais Mc's

Um abraço a todos e nunca parem o tratamento.

TB

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Medicamento Gratuíto


Bom, chega de nhé nhé nhé e vamos ao prometido. Medicamento gratuito

O elenco do Programa de Aquisição de Medicamentos Essenciais para a área de Saúde Mental, é composto por medicamentos que atuam no Sistema Nervoso Central (Grupo Terapêutico), e que fazem parte da RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais). Outros medicamentos, relacionados à Saúde Mental, poderão ser ofertados dependendo da pactuação entre Estados e Municípios.

Pelo menos aqui na minha cidade, foi muito simples de conseguir, mas como cada órgão tem suas exigências, essas dicas abaixo podem mudar de um lugar para o outro, mas em suma o procedimento é basicamente o mesmo.

Passo a passo:

1 - Descobrir se sua cidade é atendida pelo SUS com esse serviço (Farmácia de alto custo ou de medicamentos exepcionais), caso não seja procure a mais próxima da sua e analise se compensa a viagem. Achei esse link em um blog e achei muito interessante, com certeza vai ajudar. Caso não encontre, utilize o serviço do disque saúde 0800 61 1997.

2 – Feito isso, Vá até o local e consulte se o medicamento que você toma está disponível nesse serviço (pergunte antes ao seu médico, principalmente se for do SUS, na maioria das vezes eles tem o conhecimento dessa disponibilidade), e também se pode ser solicitado por médico particular. No meu caso somente é liberado para solicitações de médicos do SUS, e ele mesmo tinha a informação do medicamento liberado.

3 – Caso seu quadro se encaixe nessas condições, será disponibilizado um formulário que deverá ser preenchido pelo médico e paciente. Nessa hora tire todas as suas dúvidas sobre a documentação pessoal (cópia e originais), do médico (carimbos e assinaturas) e principalmente sobre o remédio solicitado (validade das receitas e como deverá constar na mesma, no meu caso só é aceito com o nome do princípio ativo e não comercial). Só serão aceitos processos com a documentação completa e você poderá perder uma viagem.
Obs. Em alguns municípios, o formulário só será fornecido se tiver um prévio encaminhamento pelo médico do SUS, portanto economizará uma viagem se já conversar com seu médico antes e adiantar esse passo.

4 – Com tudo em mãos, formulário preenchido pelo médico e paciente, retorne ao posto de atendimento com toda a documentação solicitada, normalmente CPF, RG, Comprovante de Residência, Receita médica e principalmente o CARTAO DO SUS, caso não tenha e more em são Paulo na casa do cidadão sai na hora, em outros estados consulte onde conseguir, talvez no próprio posto de atendimento.

5 – Nesse passo, sua documentação será enviada para aprovação e será marcada uma data pra resposta, normalmente de uma a duas semanas.

6 – Na data marcada você já saberá o dia que sua medicação estará disponível para retirada. Essa autorização terá validade de três meses, e deverá ser renovada nesse período.

7 – Pronto, agora é só retirar na data marcada e no próprio guichê já marcar a do mês seguinte. Quando pegar a segunda remessa, já solicite o papel da renovação (não, não é complicado igual ao primeiro, pode relaxar que é só um papel pro médico assinar e preencher algumas coisas bem simples), na terceira já renova e assim não fica sem os remédios.
Obs. Não esquecer das receitas quando for retirar e as datas, normalmente não pode ter mais do que 30 dias.

Não se assustem se parecer difícil, não é, tudo depende da primeira informação que você tiver na primeira vez que for ao posto de serviço, tire todas as dúvidas nesse momento e o restante ficará bem fácil de resolver. No meu caso estou deixando de pagar R$ 120,00 por mês. Compensa a correria. O primeiro processo da um pouco de trabalho sim, mas depois é tudo muito fácil, compensa pela economia.

Uma dica muito importante é procurar um CAPS na sua cidade ou região, lá eles já fazem metade do caminho pra você. Já tem um post sobre esse serviço no blog: Clique aqui.

Desculpem a demora por esse post, mas espero ter ajudado. Caso alguém tenha alguma informação adicional, por favor compartilhe aqui nos comentários, pode ser útil pra quem for consultar posteriormente.

Um abraço a todos, e nunca parem o tratamento.

TB

Quebra-Cabeça da vida


Hoje me peguei pensando o que me fazia ter tantas perguntas sobre tudo. Dei milhares de voltas em teorias inventadas, suposições guiadas pelos meus anseios, respostas contaminadas pela vontade de estar certo, até que em certo momento parece que tive a melhor explicação pra tudo isso. Imaginem um grande quebra-cabeça, onde somente uma peça pode ser encaixada por vez, e isto feito, seu encaixe tem um tempo de validade até que você consiga completar todo o jogo. Então, agora imagine que se tem 100 peças pra encaixar e você só consegue 10 simultaneamente, assim que encontra a 11ª, a mais antiga some e volta ao monte. Sei que parece complicado, mas é bem isso que acontece.

Diante de tudo isso, pude notar que tinha duas notícias, como sempre uma boa e outra nem tanto. A boa é que comecei a recordar de tudo que passei, e percebi que o número de peças que consigo manter encaixadas ao mesmo tempo foi subindo com o decorrer dos anos, e sendo assim, tenho chances de montar meu quebra-cabeça da vida. A má, é que não sei se essa minha evolução será suficiente pra que consiga terminar, sinto que a ampulheta está alargando sua passagem conforme o tempo passa, e meu maior medo é que isso fique incompleto.

Talvez nem eu saiba o que quero saber, pode até ser um tipo de vício querer a todo momento,saber como tudo acontece comigo, com os outros e com o mundo. Talvez essa peça mais antiga não desapareça, e sim que o desafio tem mais peças do que imaginei no começo. A única certeza que tenho é que cada dia me conheço mais e ao mesmo tempo me desconheço, simplificando, me descubro uma pessoa totalmente diferente do que sempre me enxerguei, e fico na dúvida se sempre maquiei o que era ou se estou mudando realmente. Dúvidas, como sempre habitando minha mente. Minha metade louca está se sobrepondo no momento...

Nem sei se alguém vai entender isso que escrevi, o que sei é que depois que sintetizei esse pensamento muita coisa ficou mais clara pra mim. Qualquer dia desses explico melhor sobre o que minha mente fica questionando, na verdade, como disse antes, nem eu sei o que quero saber.
Eu juro que posto sobre a medicação gratuita, mas amanha, porque agora tenho mais uma peça pra encaixar.

Um abraço a todos e nunca parem o tratamento.

TB

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Chá de sumiço

Nossa... eu sumo demais né??? To de volta e amanhã post sobre medicamento gratuito.

Abraço a todos e nunca parem o tratamento.

TB

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Minha impressao sobre a terapia em grupo.


Bom dia!!

Bom, vou falar da terapia em grupo oferecida pelo CAPS. Antes gostaria de deixar claro que a opinião por mim aqui expressada, refere-se única e exclusivamente ao CAPS que fui, e também que estou falando por mim, outras pessoas podem ter visões diferentes e melhores resultados.

Na semana seguinte aquela que fiquei esperando, meu estado de ansiedade era bem menor, no final das contas o que aconteceu aquele dia me fez bem, pude refletir sobre muitas coisas durante o tempinho que fiquei esperando. Cheguei lá mais cedo também e comecei a conversar com algumas pessoas que também aguardavam, acabei descobrindo que elas faziam parte do grupo também. A Dra. nos chamou no horário correto e fomos todos pra sala, eu e mais 3 senhoras que tinham entre 45 e 55 anos.

Quando iniciamos, percebi que fazia uma idéia totalmente diferente do que é uma terapia em grupo, achei que todos se apresentassem, falassem sobre seu distúrbio de maneira resumida e que principalmente todos tivessem o mesmo problema ou ao menos parecido, feito isso, discutiríamos sobre o tema com a mediação da psicóloga. Todos a postos, a Dra. me apresentou e disse que estava começando naquele dia e só... só mesmo, mas como sou leigo e nunca fiz esse tipo de terapia, não sei se esse é o rito padrão da terapia em grupo, mas se for acho que os psicólogos poderiam começar a repensar sobre essa estratégia.

Nada contra nenhuma das três senhoras e muito menos , a psicóloga, mas a conversa tomou um rumo tão distante do propósito inicial, que o meu interesse sobre a conversa era mínimo, falou-se de tudo, menos sobre qualquer tipo de problema mental. Das três senhoras que ali estavam, eram duas esquizofrênicas e a outra até agora não consegui identificar o que ela tinha, mas pelo que me parece é uma pessoa com depressão.

As duas com esquizofrenia, pouco falaram, e acho que pela medicação que estão tomando, estavam bem “distantes”, quando chamadas a conversa não conseguiam falar sobre o que tinha sido discutido, e pelo pouco que vi, logo desistem da terapia pois estão com pessoas muito “diferentes”. Vejam bem, não estou questionando a capacidade intelectual delas, apenas acho que assim como elas não conseguiam acompanhar a conversa, eu também não conseguia acompanhar a delas, o que gera um desestimulo em todos.

Na hora cheguei a pensar que parecia um sala com pessoas falando cada um uma língua diferente, o que à longo prazo, com certeza o resultado será muito bom e todos vão desenvolver outros idiomas, mas temos que pensar na seguinte hipótese: Foi isso que essas pessoas foram buscar? Você se inscreve em um curso de pintura, chega pra primeira aula e encontra o melhor professor de violão do mundo. Vai ser bom aprender violão? Sim. Foi isso que procurou? Então... é disso que estou falando, não questiono a competência da profissional e tampouco julgo o que cada um dos outros participantes fora buscar lá, mas pra mim não serviu.

Enfim, não fui mais, preciso e muuuuito de terapia, mas com a minha psicóloga mesmo. Ela já me conhece, conhece o que tenho, e confio demais nela. Mas tava sem grana pra continuar, e pior, estou devendo pra ela as últimas consultas. Nesse meio tempo finalmente saiu o dinheiro que estava esperando (outra hora conto essa estória), estou resolvendo meus problemas financeiros e já vou voltar a trabalhar. Dessa maneira consigo voltar a terapia e continuar minha luta em busca da estabilidade.

Um abraço a todos e jamais arrêter le traitement. Hoje em Frances com biquinho e tudo...

TB

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Eu mereci...


Então... To de volta. Antes de ser diagnosticado, não conseguia entender como era possível estar tão pra baixo, com vontade de se isolar do mundo em uma semana e na outra querendo resolver todos os problemas, com uma energia fora do comum e falando mais do que a boca. Pois é, estou assim essa semana, parecendo um leão na jaula desesperado pra sair...


Bom, mas vamos lá as novidades. Fiquei devendo um post sobre a terapia em grupo. No primeiro dia, me preparei psicologicamente no domingo, quase não dormi direito, fiquei super ansioso, estava morrendo de medo dessa novidade conforme postei anteriormente. Bom, na segunda acordei mais cedo do que o normal, resolvi ir a pé pro CAPS pra ver se passava um pouco o nervosismo, cheguei lá 30 minutos antes do horário, sentei e esperei. Passados os 15 minutos a ansiedade começou a voltar, estava chegando a hora.

Entrava e saia gente daquele lugar, todos os tipos de transtornos estavam ali e minha mente hiper fértil já me colocava no meio daquelas pessoas contando meus medos e sendo julgado por todos (eu sei que é bobagem mas na hora não penso assim). Quando alguns iam embora ficava aliviado por ter pouca gente e rezava pra que todos os outros também fossem. Reparei em tudo, características, atitudes, aparência, enfim, tudo o que eu não queria que fizessem comigo, fiz com todos, talvez seja algum tipo de defesa sei lá.

Minha consulta era 08h30min, viajei tanto que nem reparei no tempo. Meu corpo estava sentado ali na sala de espera, mas minha cabeça estava a uns 1500 quilômetros até que uma das recepcionistas me chamou e perguntou se eu estava esperando por alguém. Pensei: “Como assim esperando por alguém?” Respondi que tinha uma consulta as 08h30min com a Dra. Carina... Ela me interrompeu: “Mas hoje a Dra. não vem, não te avisaram? Porque você não se identificou na hora que chegou? Como você está aqui há bastante tempo resolvi perguntar.”

Olhei para o relógio, senti um misto de raiva, decepção e alívio. Eram simplesmente 10h30min da manha, faziam mais de duas horas que eu estava ali, viajando na maionese, sofrendo e me preparando por algo que nem ia acontecer. De verdade não consigo explicar o que senti, nem mesmo dizer se era bom ou ruim. Manja um choque que ao mesmo tempo em que dói, também faz cócegas??? Foi assim. Isso sem falar que eu vi no olhar da moça um sorrisinho disfarçado (é óbvio que não, mas eu achei que sim). Despedi-me e fui embora.

Depois fiquei sabendo o que aconteceu, a Dra. ganhou em um concurso uma viagem, que era naquela segunda, avisou a todos os pacientes, mas como eu não tinha ficha ainda por ser a primeira consulta, dancei...

Agora até acho engraçado, mas na hora.... nem falo o tanto que me revoltei...kkkkkk.

Bom, agora vou escrever um outro post sobre a consulta da semana seguinte. Se der tempo posto hoje, senão amanha ta aqui.



Um abraço a todos, Never stop treatment! Viva o Google tradutor!!! Kkkkkk



TB

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Desculpas.


Meus amigos virtuais, nem sei como falar mas gostaria de pedir desculpas a todos pela ausência. Devia ter vindo aqui pelo menos desabafar, mas sofri uma espécie de depre virtual, nao consegui nem chegar perto do computador, não tinha a menor vontade. Mas de qualquer maneira me desculpem, volto com as postagens amanhã mesmo... Ah, sobre a terapia em grupo, não fui mais, fui só um dia mas não gostei. Amanhã posto o porque.

Um abraço a todos, e nunca parem o tratamento.

TB